17 de janeiro de 2014

Lisboa já tem uma segunda empresa de trabalho portuário

O porto de Lisboa tem, desde há cerca de uma semana, uma nova empresa de trabalho portuário em laboração. A Porlis arrancou com uma dúzia de quadros, mas deverá crescer rapidamente para o triplo. Em resposta, o sindicato dos estivadores convocou nova greve.
Depois de Aveiro, é agora a vez de Lisboa ter uma segunda empresa de trabalho portuário, promovida por operados privados. No caso, a Porlis – Empresa de Trabalho Portuário, Lda. foi constituída pela Liscont, Sotagus, TMB e Multiterminal, apurou o TRANSPORTES & NEGÓCIOS.
Obtida a necessária certificação pelo IMT / IPTM, a nova empresa iniciou as operações há poucos dias, laborando com uma dúzia de trabalhadores portuários formados pela Fernave. O contingente deverá em breve triplicar, uma vez que o plano de formação contempla esse número de trabalhadores.
A criação de uma segunda empresa de trabalho portuário adivinhava-se face ao arrastar do conflito laboral que opõe o sindicato dos estivadores e os operadores portuários. Nova greve, entre 27 do corrente e 3 de Fevereiro já está marcada, precisamente para contestar a utilização dos novos trabalhadores portuários. 
 Em declarações ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS, Joana Coelho, secretária-geral da AOPL e presidente da A-ETPL, refutou as críticas do sindicato dos estivadores, insistindo em que a ETP “precisa de pessoal e até já fizemos várias tentativas para recontratar os trabalhadores dispensados no início de 2013”.
A criação da nova empresa, acrescentou, terá resultado, precisamente, “ da incapacidade da ETP em satisfazer as necessidades dos operadores, por causa das regras impostas pelo sindicato que limitam as contratações”.
Na sequência da quebra de actividade em 2012, que a ETP diz ter sido de “50%”, foram dispensados no início de 2013 “cerca de 40 trabalhadores com contrato a termo que não foi renovado”, referiu a presidente da empresa. Desde então, assegurou, “já por mais de uma vez tentamos contratar desses trabalhadores, com condições iguais às que tinham antes de serem dispensados, mas não o conseguimos!”.

Actualmente a A-ETPL emprega “cerca de 140 trabalhadores portuários, 120 efectivos e 20 eventuais”. A agravar a escassez de mão-de-obra estará a taxa de absentismo, “que ronda os 30%”, concluiu Joana Coelho.

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